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Aporofobia e segregação na cidade de SP são tema de dissertação de mestrado na PUC-SP

A cidadania mutilada da pessoa em situação de rua, aporofobia e segregação: o caso da cidade de São Paulo é o tema da dissertação de mestrado que o bolsista FUNDASP Luis Fernando Moreira defendeu em junho. Sob a orientação da profa. Carolina Alves de Souza Lima, a pesquisa foi realizada no Pós em Direito e pode ser acessada neste link.

“Além da metodologia aplicada de teóricos que dialogam com o tema em voga, realizei também entrevista de campo com a população em situação de rua na Casa de Oração do Povo de Rua, que deram fundamentação para o título escolhido. Em suma, minha dissertação visou dar voz aos que não tem voz na cidade de São Paulo: a população em situação de rua”, afirma o mestre em Direito e pesquisador associado do Instituto Nacional de Pesquisa e Promoção de Direitos Humanos (INPPDH).

A ideia do tema surgiu em razão da convivência com a população em situação de rua, que começou na Pastoral de Rua no ABC Paulista. O autor convive com o povo de rua há mais de 13 anos. Durante esse período, viu mais pessoas chegarem às ruas do que saírem dela. Segundo Moreira, é notório a disparidade entre direitos constitucionalmente garantidos e a realidade dura e cruel do povo de rua na cidade de São Paulo. Essa população não tem cidadania e nem pode ser cidadão, e a aporofobia (ódio aos pobres) no itinerário das pessoas em situação de rua é latente numa cidade que os hostiliza ao invés de ser hospitaleira.

Moreira explica a conclusão do trabalho: “Se a prefeitura de São Paulo, em todos seus níveis de secretaria, não fizer valer os Direitos Fundamentais dessa imensa quantidade de pessoas em situação de rua que se alarmou na cidade, reverberando em uma crise humanitária, algum historiador do futuro poderá escrever que uma civilização se desmoronou por não conseguir dar respostas concretas e humanas.”

Sobre a vivência na PUC-SP, Luis Fernando Moreira, concluiu: “A experiência com o corpo docente e com os colegas do mestrado em Direito foi revigorante e enriquecida de humanidade. Conhecer pessoas das mais diversas realidades do Brasil é sempre uma experiência que engrandece.”